segunda-feira, 29 de abril de 2024
Uso de cartão de crédito cresce 30% no Brasil

Uso de cartão de crédito cresce 30% no Brasil

O aumento pode ser explicado pela entrada de novas instituições no mercado. Principalmente no segmento de cartões pós-pagos.

29 de maio de 2023

O uso do cartão de crédito cresceu 30,9% entre 2019 e 2022 no Brasil, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (29/5) pelo Banco Central (BC). Em junho do ano passado, 84,7 milhões de usuários tinham saldo devedor relacionado a essa forma de pagamento. Em junho de 2019, eram 64,7 milhões. O saldo devedor refere-se ao valor da compra, parcelada ou não, ainda não pago pelo cliente e sobre o qual podem incidir juros.

Segundo o BC, há tendência ao uso de modalidades mais onerosas do cartão. À medida que aumentam os vínculos, que são o número de instituições em que o cliente tem saldo devedor. No total, 54% dos clientes tinham saldo devedor em apenas uma instituição; 25% em duas; e 20% em três ou mais.

“Quanto mais vínculos, maiores são o limite e o saldo médio da dívida. Isso sinaliza, de acordo com o estudo, que os usuários que estão utilizando cartões de mais de uma instituição aumentam sua capacidade de gastos com o aumento dos limites adicionais. Contudo, elevando, em média, o saldo devedor consolidado.

O aumento nos números pode ser explicado pela entrada de novas instituições no mercado nos últimos anos. Principalmente no segmento de cartões pós-pagos. Eles fizeram com que uma parcela significativa da população brasileira passasse a ter acesso a um ou mais cartões de crédito. Instituições de pagamento e bancos digitais aumentaram a base de usuários em 27,6 milhões de indivíduos no período analisado.

Expansão

De acordo com o BC, em junho de 2022, o número de cartões de crédito (190,8 milhões) representava quase o dobro da população economicamente ativa no Brasil (107,4 milhões). Conforme dados de 2021 do IBGE e das estatísticas do Sistema de Pagamentos Brasileiro. Para o BC, a expansão do mercado de cartões de crédito é positiva do ponto de vista da inclusão financeira. Mas tem potencial para aumentar o nível de endividamento das famílias, por ser uma das operações com maiores taxas de inadimplência e custo no mercado.

Sobre o endividamento, o percentual maior (entre 39% e 57%, dependendo do número de vínculos) é de bancos ligados a empresas do ramo varejista que emitem cartões vinculados às suas redes de lojas. Segundo o BC, os dados estão em linha com o perfil de atuação deste grupo, “que tem como prática comum a realização de empréstimo pessoal com cobrança das parcelas na fatura do cartão”.

“Em lado oposto, está o segmento dos bancos cooperativos e cooperativas singulares, com percentual de utilização do cartão nas modalidades sujeitas a cobrança de juros bem menor que os demais grupos”, completou o órgão.

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