segunda-feira, 29 de abril de 2024
Finanças é o maior temor dos empresários goianos

Finanças é o maior temor dos empresários goianos

A gestão financeira e os processos burocráticos são as maiores preocupações de micro e pequenos empresários em Goiás. Saiba o por quê.

10 de junho de 2023

A gestão financeira e os processos burocráticos legais são as principais preocupações dos donos de micro e pequenas empresas em Goiás. É o que mostra a pesquisa ‘Dores dos pequenos negócios’, realizada pelo Sebrae, junto aos potenciais empreendedores e empresários que buscaram orientação na instituição de janeiro a maio deste ano.

O levantamento indicou que 45,5% da busca foi motivada pelo tema “finanças”. Em segundo lugar foram “leis”, com 24,3% das demandas. Seguido por pessoas (9,1%), mercado e vendas (8,4%) e inovação (7,8%). Empreendedorismo, planejamento, organização e cooperação completam a lista.

Os resultados não surpreendem o economista Luiz Carlos Ongaratto. Ele aponta que historicamente as finanças são uma área em que as pequenas empresas sempre tiveram muita dificuldade. “Isto porque o micro e pequeno empreendedor é aquele que tem alguma ideia de negócio, a habilidade sobre o produto ou serviço que ele vai produzir ou vender. Mas não é um especialista em finanças”, esclarece.

Em princípio, o economista pondera que o próprio levantamento mostra que os empreendedores têm dificuldades com capital de giro, taxa de juros, impostos. Aliás, que são coisas bem diferentes. “Primeiro, o próprio empreendedor muitas vezes não acompanha seu fluxo de caixa, entradas e saídas. Não faz um custeio correto do seu produto. E por não ser obrigatória a contabilização, o balanço das demonstrações de resultado (DRE) para micro e pequenas empresas, acabam deixando de lado”, frisa.

Fragilidade

Assim, a contabilidade é vista muitas vezes apenas pelo viés das obrigações fiscais. “Esse é um outro ponto de fragilidade da pequena empresa”, identifica Ongaratto. Para exemplificar, ele cita que a tributação de micro e pequenas empresas é fácil e unificada, por meio do Simples Nacional. “O pagamento não uma questão de dificuldade, mas de organização da pequena empresa, porque o tributo tem de estar no preço do produto”, analisa.

Como resultado, o economista acredita que é preciso um pouco mais de profissionalização para esse perfil de empreendedor, para que ele entenda sua real necessidade, até mesmo para poder contratar um capital de giro, um financiamento. “É preciso ter um fluxo de caixa, análise de indicadores. Outra questão é a necessidade de capital de giro. Porque se não tem uma boa gestão de caixa, até mesmo se paga à vista e recebe a prazo, de acordo com o aumetno da operação da empresa, vai precisar de mais capital”, orienta. “Não é somente uma questão de gestão financeira, mas de gestão como um todo”, define.

Metodologia

A pesquisa qualitativa do Sebrae reuniu três grupos focais: empreendedores consolidados (4 anos ou mais), empreendedores recém-estabelecidos (últimos 12 meses) e potenciais empreendedores (pessoas físicas). Para os potenciais empreendedores, os processos burocráticos legais e a necessidade de capital para começar o negócio são entraves que desestimulam a abertura da empresa.

Entre os recém-estabelecidos, a falta de crédito e de capital de giro, a alta carga tributária e a dificuldade em captar clientes e construir a equipe de funcionário foram as principais dificuldades encontradas. Para os consolidados, os principais obstáculos giram em torno da falta de crédito (reclamam das altas taxas de juros), dos custos de insumos e dos tributos, fatores impeditivos do crescimento de seus negócios.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.