segunda-feira, 29 de abril de 2024
Crédito: juros não param de subir no Brasil

Crédito: juros não param de subir no Brasil

Os juros médios no Brasil subiram 7,4 pontos em 12 meses e chegaram a 45,4% ao ano. No cartão de crédito chegam a 455% ao ano.

28 de junho de 2023

A taxa média de juros no crédito livre teve alta de 7,4 pontos percentuais (pp) nos últimos 12 meses. Assim, chegou a 45,4% ao ano em maio. Segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas nesta quarta-feira (28/6) pelo Banco Central (BC). Nas novas contratações para empresas, a taxa média do crédito ficou em 23,8% ao ano, alta de 1,9 pp em 12 meses. Nas contratações com as famílias, a taxa média alcançou 59,9% ao ano, alta de 9,5 pp em 12 meses.

No caso do crédito direcionado, a taxa para pessoas físicas ficou em 12,1% ao ano em maio. É uma alta de 1,7 pp em 12 meses. Para empresas, a taxa teve aumento de 0,8 pp em 12 meses, indo para 13,4% ao ano. Assim, a taxa média no crédito direcionado chegou a 12,4% ao ano, aumento de 1,5 pp em 12 meses.

O comportamento dos juros bancários ocorre num momento em que a taxa básica de juros da economia (Selic) está em seu maior nível desde janeiro de 2017, em 13,75% ao ano.

Cartão de crédito

Para pessoas físicas, o destaque em maio é o cartão de crédito. As taxas tiveram alta de 29,6 pp em 12 meses, alcançando 106,2% ao ano. No crédito rotativo, quando o consumidor paga menos que o valor integral da fatura e dura 30 dias, houve aumento de 86,3 pp em 12 meses. Acredite: chegou a 455,1% ao ano. Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso do cartão parcelado, os juros alta de 21,6 pp em 12 meses, indo para 194,3% ao ano.

A taxa do crédito consignado teve alta 1,7 pp em 12 meses (25,8% ao ano). No caso do crédito pessoal não consignado, os juros apresentaram crescimento de 5,2 pp em 12 meses (86,7% ao ano).

A manutenção dos juros em alta, resultado do aperto monetário, e a própria desaceleração da economia estão levando a uma desaceleração do crédito bancário. Em maio, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em R$ 5,387 trilhões. O crédito ampliado ao setor não financeiro, que é o disponível para empresas, famílias e governos, alcançou R$ 15,096 trilhões.

Endividamento

De acordo com o Banco Central, a inadimplência (atrasos acima de 90 dias) tem se mantido estável há bastante tempo e registrou 3,6% em maio. Nas operações de crédito livre para pessoas físicas, ela está em 4,2% e para pessoas jurídicas em 2,5%. O endividamento das famílias – relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses – ficou em 48,5% em abril. É um pequeno recuo de 1,4% em 12 meses. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, ficou em 30,8% no mês quarto mês do ano. Já o comprometimento da renda – relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período – ficou em 27,9%. Aumento de 1,7% em 12 meses.

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