sábado, 27 de abril de 2024
Goiânia tem a maior deflação do País

Goiânia tem a maior deflação do País

A inflação de junho, medida pelo IPCA, ficou negativa em 0,97% em Goiânia. Foi a maior queda já registrada no mês pelo IBGE.

11 de julho de 2023

Embora o consumidor não tenha sentido no bolso, a inflação de junho, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou negativa em 0,97% em Goiânia. Ou seja: registrou deflação. É a maior queda registrada no País e também a mais alta para o mês da série histórica na capital goiana. O acumulado no ano ficou em 2,06% e nos 12 meses, em 1,30%.

De acordo com o IBGE, sete dos nove grupos investigados pela pesquisa apresentaram queda em junho. O grupo transportes, que tem maior peso na cesta de compras das famílias de Goiânia com rendimentos entre 1 e 40 salários-mínimos, recuou 2,17% no mês, devido à queda de 5,91% nos preços dos combustíveis de veículos: gasolina (- 5,40%), etanol (-7,91%) e óleo diesel (-7,79%). Destaque também para a redução de 4,15% nos preços de carros novos, em decorrência do programa do governo federal.

Outro grupo com forte peso no bolso do consumidor é alimentação e bebidas, que caiu 1,42% em junho. Ele foi influenciado pelas quedas dos preços de carnes (-3,50%), leite longa vida (-3,41%), frango em pedaços (-2,51%), tomate (-18,75%), óleo de soja (-9,59%) e feijão-carioca (-6,07%). O terceiro maior peso mensal é o grupo da habitação (-1,27%). Conforme o IBGE, a energia elétrica residencial caiu 4,82% no mês de junho. Destaque também para o preço do botijão de gás que teve redução de 4,87% no mês.

Altas

Em contrapartida, houve aumento de 1,98% no aluguel residencial, que acumula variação de 3,60% no primeiro semestre de 2023. Também foi registrada a alta do grupo saúde e cuidados pessoais, que variou 0,30% no mês de junho. Os produtos farmacêuticos subiram 0,62%, serviços médicos e dentários (0,59%) e plano de saúde (0,35%). Este último, por sua vez, apresenta 13 altas seguidas e já acumula 14,55% em 12 meses.

Após três meses de queda, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 1,67% no mês de junho em Goiás. Foi a maior alta no ano. A variação acumulada em 12 meses chega a 4,68%. Agora, o custo médio do metro quadrado no Estado (R$ 1.710,73) está acima do nacional (R$ 1.706,50).

O custo do metro quadrado subiu em junho devido ao aumento do custo da mão de obra, saindo de R$ 660,54 para o valor de R$ 700,27. O custo relativo ao material, por sua vez, caiu de R$ 1.022,14 em maio para R$ 1.010,46. Já o custo nacional para o setor habitacional por metro quadrado passou para R$ 1.706,50 em junho, sendo R$ 1.001,63 relativos aos materiais e R$ 704,87 à mão de obra.

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Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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