domingo, 28 de abril de 2024
O negócio envolve unidades de esmagamento de soja e biodiesel em Anápolis (GO), Porto Nacional (TO) e Cachoeira do Sul (RS).
A gigante Cargill fez proposta de compra de ativos da Granol, uma das maiores empresas de biodiesel do país. O negócio envolve as unidades de esmagamento de soja e biodiesel em Anápolis (GO), Porto Nacional (TO) e Cachoeira do Sul (RS). Além de quatro armazéns nos Estados de Goiás e Tocantins. As empresas confirmaram que o contrato foi submetido ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Com a aquisição dos ativos, a Cargill vai reforçar sua operação em biodiesel. Isto, num cenário em que os biocombustíveis ganham importância cada vez maior diante da necessidade de colocar em marcha a transição energética. Hoje a multinacional tem uma unidade de biodiesel em Três Lagoas (MS). Em nota, a multinacional disse que a intenção de compra está em linha com a sua estratégia de crescimento no Brasil e na América Latina.
As conversas entre as duas empresas se iniciaram no começo deste ano. Mas, em meados de 2018, a Cargill já havia feito oferta pelas unidades de Anápolis e de Porto Nacional. À época, a Granol colocara ativos à venda pois enfrentava dificuldades financeiras. As negociações não avançaram pois não houve acordo sobre valores. A Granol teria pedido, na ocasião, US$ 400 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) pelas duas unidades.
Desta vez, o negócio envolve mais ativos da Granol, que registrou em 2022 uma receita líquida de R$ 6,7 bilhões, 10% acima do ano anterior. A empresa informa que teve lucro de R$ 299,3 milhões, abaixo dos R$ 334 milhões de 2021. O negócio também vai impulsionar o processamento de soja e a produção de biodiesel. As três unidades da Granol têm capacidade instalada para produção de mais de 887 milhões de litros/ano de biodiesel. Hoje, a Cargill tem unidades de soja em Uberlândia (MG), Ponta Grossa (PR), Três Lagoas (MS), Barreiras (BA), Rio Verde (GO) e Primavera do Leste (MT).
Outro fator que explica o apetite da Cargill pelos ativos da Granol é a logística, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. De acordo com informações da Granol, a fábrica de Porto Nacional opera um transbordo interligado à Ferrovia Norte-Sul, o que permite reduzir os custos de movimentação de farelo para os portos do Norte do país.
Além disso, a planta de Anápolis tem um terminal de carregamento direto da produção, instalado na Ferrovia Norte Sul, além de um terminal de carregamento interligado à Ferrovia Centro Atlântica, para escoamento do farelo até a unidade portuária da Granol em Vitória. Já a fábrica de Cachoeira do Sul, que fica a 350 km do Porto de Rio Grande, tem ramal ferroviário interno e um porto fluvial próprio como alternativas ao transporte rodoviário, informa a empresa em seu site.
