Qualificar 450 mil trabalhadores até 2026 para a indústria, comércio, serviços e o agronegócio em Goiás. É a meta de quatro entidades.
Qualificar quase 450 mil trabalhadores até 2026 para atuarem na indústria, no comércio, serviços e no agronegócio em Goiás. Esta é a meta ambiciosa das quatro entidades. São elas: Federação das Indústrias (Fieg), Federação do Comércio e Serviços (Fecomércio), Federação da Agricultura (Faeg) e Sistema OCB/GO.
É claro que a estimativa pode mudar pois, somente a Fieg, através do Senai, tem por objetivo profissionalizar até 124 mil pessoas este ano. Em 2022 e no passado, foram capacitados mais de 300 mil trabalhadores, batendo as metas fixadas no Mapa do Trabalho.
Para os setores do comércio e serviços, a Fecomércio prevê capacitar mais de 150 mil pessoas através do Senac até o final de 2026. A Faeg, por sua vez, pretende formar até 102 mil trabalhadores nos cursos presenciais em 2024 e 30 mil nos cursos à distância. Isso, além de realizar 8,5 mil treinamentos nos mais diversos segmentos.
Já o Sistema OCB/GO projeta formar 42 mil pessoas até 2026 nos cursos oferecidos pela entidade.
Para as entidades, os números não atendem toda a demanda do mercado. Tendo em vista que é algo impactado de acordo com a economia, o que dificulta apontar um número de profissionais necessários para atender todo o mercado.
Osvair Almeida, que é gerente de Educação Profissional do Senai Goiás, destaca que a quantidade de vagas abertas segue o ritmo do crescimento do país. Segundo ele, os setores industriais que mais sofrem com a escassez de mão de obra são os da construção civil, metal mecânica, logístico e transporte, alimentos e bebidas, vestuário e automóvel.
Apesar do retrato ser nacional, a situação no cenário goiano não é muito diferente.
“Se você ver as obras que existem na Grande Goiânia, perceberá a falta de mão-de-obra especializada em vários canteiros. O estado conta com um grande polo têxtil e faltam profissionais nessa área também. O agro é presente no nosso estado e isso reflete no campo dos alimentos”, ressalta.
A importância da mão de obra qualificada traz desenvolvimento pessoal para este profissional e tornará a empresa em que trabalha mais atrativa, competitiva e antenada dentro de tudo o que há de mais moderno no mercado. A análise é do diretor regional do Sesc/Senac-GO, Leopoldo Veiga Jardim. A narrativa é comprovada com números: 82% dos alunos dos cursos técnicos do Senac já saem empregados.
Leopoldo ainda pontua que as pessoas têm se antenado nessa importância. Tanto que, no ano passado, o Senac capacitou 45 mil pessoas. Com esse resultado, o Senac Goiás representa 11% dos cursos EAD de Market Share do Brasil. “Isso mostra a importância do Senac nesse processo de capacitação e profissionalização com uma cartela ampla de cursos e, muitos deles, gratuitos”, afirma.
Ele afirma também que a meta para 2024 é formar 50 mil pessoas via cursos do Senac e 150 mil até em 2026. Mesmo assim, Leopoldo frisa que o número não atende todo o mercado e que há outros cursos ofertados para ampliar essa demanda. Como os oferecidos pelos Colégios Tecnológicos de Goiás.
Apesar disso, o foco é manter a qualidade do curso. Para o diretor regional do Sesc/Senac, o aluno também só vai ser inserido e reconhecido no mercado se o curso passar segurança no conteúdo abordado.
“O curso de Enfermagem, por exemplo, que é um dos mais buscados, conta com instrutores que fizeram capacitação na Associação Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Nossa escola de línguas conta com mais de 1,8 mil alunos que entendem que um segundo idioma é primordial”, afirma.
O agronegócio também é impactado com a escassez de mão-de-obra. O Mapa do Trabalho revela que mais de 1,5 mil vagas estão abertas para pessoas que precisam se especializar.
O diretor técnico do Senar Goiás, Leonnardo Cruvinel, destaca que o objetivo é formar mais de 102 mil pessoas nos cursos presenciais. Eles são voltados para as funções de operadores de máquinas – como trator, colheitadeira, entre outras -, de reprodução animal e também para gestão de fazenda. Para saber sobre custo de produção, arroba do boi, o preço do saco de soja, ou seja, toda questão administrativa.
“A justificativa da existência do Senar é a realização dessas qualificações. O Senar qualifica muita gente e notamos que o mercado vem absorvendo rapidamente esses profissionais. Já que, para o produtor rural, um dos principais gargalos atualmente vem sendo a falta de mão-de-obra, mais do que preço de insumos ou commodities”, frisa.
Além da especialização, Leonnardo destaca a existência da plataforma Talentos do Campo, que faz conexão entre colaborador e agricultor. Isso tudo para facilitar a inserção da pessoa no mercado de trabalho e fazer com que o agro possa se expandir ainda mais. “A gente percebe que há produtor que quer expandir a sua área de plantação, mas tem receio de não encontrar alguém capacitado que dê conta do trabalho e ter prejuízo”, diz.
No cooperativismo também é possível ver mudanças significativas no trabalho de especialização. Dados do Sistema OCB/GO revelam que 12.329 pessoas foram capacitadas no ano passado através do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Goiás (Sescoop/GO).
O objetivo é formar 42 mil pessoas até 2026, nos cursos oferecidos pela entidade. Jubrair Caiado, superintendente do Sescoop/GO, afirma que, desde 2001, o braço educacional do cooperativismo goiano está se aproximando de 1 milhão de pessoas qualificadas. Até 2027, segundo ele, o Sistema OCB/GO projeta que as cooperativas goianas alcancem R$ 50 bilhões em faturamento, 600 mil cooperados e 17 mil colaboradores.
“A gente amplia, a cada ano, através da capacitação e da promoção social, como o que fazemos com o Dia do Cooperativismo, o universo de pessoas atendidas. E isso com várias tipologias de treinamentos, como palestras, cursos, MBA, graduação, Programas de Educação Continuada. Tudo isso para fazer um cooperativismo cada vez mais profissionalizado e competitivo”, reforça Jubrair.