domingo, 28 de abril de 2024
Como tirar o seu negócio do vermelho

Como tirar o seu negócio do vermelho

O primeiro passo para tirar as contas do vermelho é levantar a realidade e identificar as causas do problema. Confira as dicas de especialista.

10 de dezembro de 2022

Mais de 20% das empresas em Goiás têm dívidas vencidas, segundo a Serasa

Por incrível que pareça, muitos empresários goianos que enfrentam dificuldades financeiras em seus empreendimentos não sabem o motivo que levou a essa situação. Assim, o primeiro passo para tirar as contas do vermelho, quando isso acontece, é levantar a realidade e identificar a causa – ou causas – do problema. A seguir, deve-se planejar os passos e agir.

O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian mostra que 219,1 mil empresas em Goiás estavam no vermelho em outubro. Isto corresponde a mais de 22% do total em atividade no Estado. “É preciso avaliar os vários fatores que podem ter resultado nisso, fazer um levantamento das dívidas, para quem deve”, explica o consultor do Sebrae Goiás, Almir Ferraz.

Ele acrescenta que, geralmente, os passivos são com folha de pessoal e seus encargos, fornecedores, bancos, impostos. Aliás, essa sequência é a prevista na Lei das Recuperações Judiciais para as empresas que recorrem a esse instituto. Ferraz lembra que os fornecedores podem ser enquadrados em duas categorias: os que já protestaram títulos em cartório e os que estão com a dívida em aberto. Estes devem ser priorizados, já que é possível negociar.

Depois desse levantamento, prossegue Ferraz, é importante avaliar os números de fluxo de caixa e da demonstração de resultado do exercício. Em primeiro lugar, é importante avaliar se a empresa dá lucro. “Pode haver vários cenários, dos quais o pior é quando há prejuízo e dívida”, explica o consultor do Sebrae Goiás.

Perda do controle

O especialista frisa que muitos empresários perdem o controle com a antecipação de receitas de compras feitas no cartão de crédito, cujos descontos podem chegar a 5%. Por exemplo, aplicativos de entrega de alimentos chegam a ficar com 30% do valor da receita, fora as antecipações de cartão de crédito. “Se o empresário não tiver controle, é difícil sair do vermelho”, enfatiza.

Quem está no vermelho deve priorizar os pagamentos de funcionários e encargos. Dessa forma, se é possível mantê-los em dia, isso deve ser feito porque as multas sobre os encargos trabalhistas são altas. Similarmente, é preciso ter conhecimento da capacidade de pagamento para propor renegociação de dívidas.

“Se só renegociar valor e pegar empréstimo, corre-se o risco de isso virar uma bola de neve”, adverte o consultor do Sebrae Goiás. Igualmente deve-se dar prioridade às dívidas menores, para reduzir o volume de compromissos. Por fim, antes de recorrer a um empréstimo, o empresário deve consultar as melhores linhas. Ferraz lembra que as opções com juros mais baixos são mais burocráticas e alerta: “Por vezes, a facilidade pode ter um custo alto”.

Finalmente, quem se encontra nessa situação pode – e deve – buscar ajuda especializada. O Sebrae oferece orientações gratuitas. Os microempreendedores individuais (MEI) contam com atendimento até para criar o MEI. Já as microempresas e as de pequeno porte em geral contam com contadores, mas também para elas são oferecidas consultorias nas áreas de finanças e planejamento. “Pode vir quantas vezes quiser”, lembra Ferraz.

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