As mudanças no mercado automotivo em 2 anos foram maiores e mais rápidas que todas as registradas na década anterior. Confira as tendências para os próximos anos.
O Brasil tem a sexta maior frota de veículos do mundo, ficando atrás dos EUA, China, Japão, Rússia e Alemanha. Mas o mercado automotivo brasileiro vem sofrendo com queda de vendas e problemas na cadeia de produção desde o início de 2020. Por outro lado, as mudanças que aconteceram nesse segmento nos últimos dois anos foram maiores e mais rápidas que todas as registradas na década anterior.
De acordo com o vice-presidente da Fenabrave, Luís Antônio Sebben, o mercado se transformou rapidamente devido, principalmente, à mudança brusca no comportamento do consumidor durante e pós-pandemia. “O cliente passou por uma transformação digital brusca que não teve volta”, diz.
Sebben explica que, em 2021 e 2022, as motos foram as grandes responsáveis por segurar o mercado em pé, com a queda no número de empregos formais e o aumento da procura por veículos de delivery. Para 2023, ele prevê um aumento tímido da indústria automobilística brasileira, algo em torno de 3% a 5%. “Dependemos muito do novo governo. Se a política econômica for bem conduzida, esperamos um número ainda melhor”, frisa.
De acordo com o professor de Engenharia Mecânica da Universidade Positivo, Tulio Paim Horta, um aumento na procura por novos veículos também é esperado para os próximos meses. “Acredito que, no Brasil, carros econômicos e que possam de alguma forma agregar valor, como no caso dos carros para Uber ou com caçamba, irão liderar as vendas”, diz.
“Ainda que seja difícil prever o comportamento do mercado no futuro, este ano tem potencial para uma melhoria mais rápida na produção, nas vendas e uma normalização mais rápida nos preços”, ressalta Sebben.
Segundo pesquisa do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas, o setor automotivo e de transporte será um dos três mais impactados pela tecnologia em 2023. Segundo especialistas, cinco tendências devem acontecer no mercado brasileiro de veículos. São elas:
A tecnologia redefinirá a experiência de dirigir, por meio de veículos mais seguros, customizados e inteligentes, criando verdadeiros computadores sobre rodas. Podemos esperar ainda mais tecnologia, transparência de informações e conectividade para 2023, com carros elétricos, híbridos e por assinatura ganhando espaço.
Se antes as concessionárias precisavam dispor de vários modelos de veículos, hoje, os vendedores vêem na internet uma forma de driblar a concorrência. Migrar a jornada do cliente para o digital vai trazer facilidades e incremento na experiência do comprador que, com o catálogo on-line, não precisa mais bater perna e pode comprar seu próximo carro de qualquer lugar.
Mas a jornada totalmente digital deve amadurecer nos próximos anos antes de passar a ser a principal forma de se comprar um automóvel. O fato é que a pandemia e o avanço dos serviços digitais mudaram a forma de vender carros e as concessionárias precisam se reinventar. Caminham para instalações menores, mais modernas e atualizadas. Mas as concessionárias ainda terão papel decisivo na experiência do test drive e na entrega das chaves.
Com o avanço da tecnologia, os processos burocráticos em cartórios, como registros de veículos, estão cada vez mais rápidos.
Uma iniciativa inovadora já está presente em diversas capitais brasileiras é a locação por hora. O V1, braço da Vix Logística, um dos maiores players do setor no país, é um serviço inédito de aluguel de veículos 100% digital por diversos períodos, inclusive meia-diária, algo raro dentre as locadoras tradicionais.
Nestes casos, o processo de locação é muito simples: após o download do app e cadastro inteiramente on-line, o cliente já pode selecionar a modalidade de aluguel e o período de contratação. Após o cadastramento de um cartão de crédito válido, o aluguel é efetuado.
Em seguida, basta encontrar o veículo no ponto de coleta selecionado, escanear o QRCode localizado no parabrisa e abrir a porta do carro via bluetooth direto do celular.
Quando se fala em veículos elétricos, o Brasil ainda caminha a passos lentos, mas tem potencial para acelerar. Um cenário possível é que, com estímulo vindo principalmente do setor privado, agências de fomento e pequenos incentivos do Estado, em 2035 é possível que 30% da frota no país já sejam de veículos elétricos. Mas, antes disto, deve crescer com maior força a produção de veículos híbridos (combustão e eletricidade).
Fenabrave aposta na recuperação das vendas de veículos importados, que em 2022 tiveram grande queda, principalmente em função do aumento do câmbio e de um rescaldo da falta de componentes eletrônicos.
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