O Brasil registrou 70,1 milhões de inadimplentes em janeiro de 2023, aumento de 10,8 milhões de pessoas em relação há cinco anos. Isto exige mais cuidados das empresas.
O Brasil registrou 70,1 milhões de inadimplentes em janeiro de 2023, de acordo com levantamento do Serasa. Trata-se de um novo recorde, com aumento de 10,8 milhões de pessoas em relação ao registrado há cinco anos. Segundo o levantamento, os brasileiros inadimplentes devem R$ 4.612,30, 19% a mais do que a média registrada em janeiro de 2018.
Em relação ao perfil dos inadimplentes, as mulheres foram mais impactadas nos últimos cinco anos, com um aumento de 18% no valor de suas dívidas. Que chegou à média de R$ 4.066. Já o público masculino se mantém com valor do ticket médio maior (R$5.222). Mas teve crescimento levemente inferior no período, de 16%. Na divisão por faixa etária, pessoas de 60 anos ou mais foram as mais afetadas pelo crescimento das dívidas, com alta de 17%, frente a 12% de outras faixas etárias.
Em um cenário em que o endividamento no Brasil alcançou o maior nível histórico, atingindo os 77,9% da população, o brasileiro está ainda com mais dificuldade para colocar as contas em dia. Segundo um estudo da Deep Center, a probabilidade de o brasileiro recuperar uma dívida (ou uma parcela em atraso) em até 30 dias após o vencimento é de quase 68%. No entanto, essa chance cai para menos de 5% em uma dívida acima de seis meses.
Entre 2019 e 2022, a proporção de pessoas com endividamento no País aumentou consideravelmente. Reflexo da pandemia da covid-19, que mudou hábitos, paralisou e fechou pequenos e médios negócios e fez as pessoas contraírem mais dívidas. O cartão de crédito impulsiona a situação, com 86,6% das dívidas. Carnês em lojas correspondem a 19% do total; financiamento de carro, 10,4%; crédito pessoal, 9%; financiamento de casa, 8,1%; crédito consignado, 5,5%; e cheque especial representa 5,4%.
De acordo com CEO Gabriel Camargo da Deep Center, esse cenário exige mais flexibilidade dos bancos e empresas, além de mais cuidado da população. “Tudo corrobora a inadimplência no País. Quanto mais antiga é uma dívida, mais difícil é recuperá-la. Para enfrentar a situação, as instituições financeiras e as empresas precisam apostar na renegociação, demonstrando condições diferenciadas que ajudem não só a recuperar o crédito, como também a recuperar o próprio cliente e a economia brasileira”, diz.
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