Uso da ferramenta também traz riscos para empresas, principalmente se expor informações sensíveis ou dados estratégicos.
Lançado em novembro de 2022, o algoritmo baseado em inteligência artificial Chat GPT, criado pelo laboratório norte-americano OpenAI, ganhou recente notoriedade. Muito se fala das possibilidades da ferramenta, mas seu uso também traz riscos. Principalmente ao expor informações pessoais sensíveis ou dados institucionais estratégicos. Quem faz o alerta é Alexandre Torres, diretor de Tecnologia da Informação do Grupo Soluti, empresa goiana de tecnologia.
Ele aponta elevados riscos no compartilhamento de informações sensíveis na interação com o Chat GPT e outros tipos de inteligências artificiais. “Se eu pego uma planilha de faturamento da minha empresa e insiro esses dados em uma interface de IA para que ela seja formatada, por exemplo, não tenho como saber o que será feito com esses dados e quem terá acesso a eles”, diz.
Para Alexandre Torres, as empresas precisam começar a ter essa preocupação e impor algumas restrições ao uso das IAs. “Algumas instituições proíbem que seus funcionários usem alguns sites de correção de texto. Porque existe a possibilidade de alguma informação estratégica vazar, pois não sabemos se os dados que fornecemos podem ser utilizados para retroalimentar a inteligência artificial”, adverte.
Para Luiz Gustavo Torres, coordenador de E-commerce e Performance do Grupo Soluti, embora essa questão mereça a devida atenção, não se trata de um impeditivo para a incorporação da tecnologia em nosso dia a dia. “Estamos observando que as big techs estão num movimento de descentralização da manutenção e do tratamento desses dados. Temos no Brasil a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e na Europa, por exemplo, essa legislação é ainda mais robusta”, ressalta Torres.
A popularização das ferramentas baseadas em inteligência artificial deve influenciar o ambiente regulatório do Brasil. Aliás, ele já prevê penalização a empresas que vazam informações, acrescenta o profissional. “Cabe a quem é o detentor dos dados resguardá-los com segurança. E também existem medidas de contingência em infraestrutura, criptografia, acessos limitados e outros. Vejo que o próprio processo natural de enquadramento às leis de proteção aos dados e esse movimento, de criar estruturas de segurança para esses dados, vão dar mais confiança aos usuários”, avalia Torres.
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