Levantamento da Cogtive aponta que a indústria brasileira perde cerca de R$ 500 bilhões por ano por desperdício do seu potencial produtivo.
Um levantamento da startup goiana Cogtive aponta que a indústria brasileira perde cerca de R$ 500 bilhões por ano por desperdício do seu potencial produtivo. Na indústria de alimentos e bebida, por exemplo, a capacidade oculta chega a 55,3% (R$ 276 bilhões de perdas). Na farmacêutica, atinge 9% (R$ 45 bilhões desperdiçados). No segmento automotivo, as perdas são estimadas em R$ 47 bilhões por ano.
É a chamada “capacidade oculta”. Esse montante equivale a 5% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do País. “Constatamos que a maioria das indústrias opera com capacidade 30% abaixo do esperado. Isto por não avaliar de maneira correta onde estão seus principais gargalos. Além de possíveis pontos de melhoria na produção”, assinala o fundador e CEO da Cogtive, Reginaldo Ribeiro.
Criada em 2016 em Anápolis (GO), a Cogtive atualmente está com a sua sede em São Paulo (SP). A startup desenvolveu um software baseado em inteligência artificial e internet das coisas para processos produtivos na indústria de manufatura. Com isso, os gestores têm acesso de forma rápida a diagnósticos que subsidiam a tomada de decisões que impedem panes e paralisações na produção.
A capacidade aquém do potencial decorre de paradas evitáveis das linhas de produção. Além de má gestão de processos, baixa performance dos ativos e falhas na alocação da mão de obra. A capacidade oculta, explica Ribeiro, é diferente da capacidade ociosa. “Enquanto a capacidade ociosa está relacionada à demanda inferior à capacidade de produção em uma determinada indústria, a capacidade oculta é aquela potencial, porém escondida. Por falta de dados, informações, conhecimento e gestão ineficiente dos processos”, diz.
O CEO da Cogtive acrescenta: “Quando aproveitada, a capacidade oculta faz com que o que se está produzindo possa ser feito em menos tempo, ou, caso haja demanda, o que se produza naquele tempo possa ter um volume muito maior”. Dessa forma, aumenta-se a produtividade e, por consequência, incrementam-se os resultados.
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