segunda-feira, 29 de abril de 2024
Entre 1985 e 2022, o avanço da agropecuária foi equivalente a 10,6% do território nacional. Em Goiás o destaque foi área para pastagem.
A área ocupada pela agropecuária cresceu 50% entre 1985 e 2022 no Brasil, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (6/10) pelo MapBiomas. Entre 1985 e 2022, o avanço total somou 95,1 milhões de hectares, equivalente a 10,6% do território nacional. E Goiás está entre os cinco Estados de maior avanço do agro nestes últimos 38 anos.
A atividade respondia por pouco mais de um quinto (22%) da área do Brasil em 1985, ou 187,3 milhões de hectares. Quase 4 décadas depois, essa área saltou para 282,5 milhões de hectares, ou um terço do território nacional. Desse total, 58% são de pastagens, que tiveram um crescimento de mais de 60%, somando 164,3 milhões de hectares em 2022.
Quase dois terços (64%) da expansão da agropecuária no Brasil é resultado do desmatamento para pastagem, cerca de 64,5 milhões de hectares. O desmatamento direto para agricultura responde por outros 10% da expansão da agropecuária no Brasil, equivalentes a 10 milhões de hectares.
A área de cultivo agrícola aumentou 41,9 milhões de hectares em todo o Brasil entre 1985 e 2022, passando para 61 milhões de hectares. A quase totalidade (96%) é de lavouras de grãos e cana, que triplicaram em 38 anos. Em 2022, sua área equivalia a 7% do território nacional, ou 58,7 milhões de hectares. Desse total, 35 milhões de hectares são do avanço da soja que, sozinha, aumentou a área cultivada quatro vezes.
Boa parte desse crescimento se deu na Amazônia, onde as áreas de pasto saltaram de 13,7 milhões (1985) para 57,7 milhões de hectares (2022). O avanço constante das pastagens sobre vegetação nativa levou a Amazônia a ultrapassar o Cerrado. Neste bioma, houve um leve declínio, de 55 milhões para 51,3 milhões de hectares entre 2013 e 2022.
Apesar do crescimento acelerado nos últimos anos na Amazônia, o Cerrado corresponde a 48% da área plantada com soja no Brasil e cerca de 3,3 vezes mais que a área de soja na Amazônia. Em 2022, a soja ocupava 11% da área do bioma.
Em Goiás, entre 1985 e 2022, a maior área de desmatamento aconteceu para pastagens. O acréscimo neste período somou 3,6 milhões de hectares, crescimento de 45%. Seguido pelo desmatamento para intensificação da agricultura (2,8 milhões de hectares, aumento de 36% na área ocupada). O desmatamento para pastagem e depois agricultura somou 1 milhão de hectares no Estado em 38 anos, aumento de 13% na área total.
Nos 38 anos, os cinco estados com maiores áreas de desmatamento para conversão direta para agricultura foram Mato Grosso (3 milhões de hectares), Rio Grande do Sul (2,6 milhões de hectares), Bahia (1,8 milhão de hectares), Maranhão (790 mil hectares) e Goiás (550 mil hectares).
Nesse mesmo intervalo, os cinco estados com maiores áreas de desmatamento para conversão para pastagem foram Pará (18,5 milhões de hectares), Mato Grosso (15,5 milhões de hectares), Rondônia (7,4 milhões de hectares), Maranhão (5,4 milhões de hectares) e Tocantins (4,5 milhões de hectares).
