domingo, 28 de abril de 2024
Prejuízos: empresários goianos criticam a Equatorial

Prejuízos: empresários goianos criticam a Equatorial

Empresários goianos têm reclamado cada vez mais dos constantes prejuízos com as quedas de energia elétrica em Goiás.

19 de outubro de 2023

“Estamos trabalhando no escuro”, destaca Rubens Fileti, presidente da Acieg
“Estamos trabalhando no escuro”, afirma o presidente da Acieg, Rubens Fileti

Empresários goianos têm reclamado cada vez mais dos constantes prejuízos com as quedas de energia elétrica em Goiás. Alegam que os custos operacionais estão em alta por causa de estragos nos aparelhos e maquinários. E que são obrigados a adquirir geradores de energia, movidos a diesel, e construir usinas fotovoltaicas para não pararem as vendas ou produção.

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), desde julho tem piorado os indicadores de duração e frequência de quedas do serviço de energia no Estado. A Equatorial Goiás assumiu a concessão de distribuição em janeiro deste ano.

Em agosto, os goianos tiveram que enfrentar, em média, 1h41 sem energia. Já a frequência equivalente de interrupção por unidade a (FEC) foi de 0,98%. No mesmo período do ano passado, os indicadores foram de 1h01 na duração equivalente de interrupção por unidade consumidora (DEC) e 0,6% na frequência.

Para piorar, a partir deste domingo (22/10), haverá reajuste nas contas de da Equatorial em Goiás. Aos consumidores residenciais e pequenos comerciantes goianos a conta vai subir 6,49%. Aos consumidores de baixa tensão o aumento será de 7,08%. Já para os de alta tensão (grandes indústrias e comércios) haverá uma queda na tarifa de 5,3%.

Prejuízos

O presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias (Fieg), Célio Eustáquio Moura, disse que tem sido frequente as quedas de energia elétrica. Não apenas para as indústrias, mas para a população goiana em geral. “As falhas no sistema não escolhem o consumidor. Todos sofrem”, frisa.

Ele conta que muitas empresas estão investindo em geração própria. Seja através de usinas fotovoltaicas ou geradores movidos a diesel, para amenizar os prejuízos da má qualidade da energia oferecida pelas concessionárias em Goiás, ao longo dos anos.

Moura lembra que as empresas estão cada dia mais tecnificadas e, portanto, não podem estar sujeitas a interrupções no fornecimento de energia. Disse que é crescente a preocupação dos empresários com a chegada do período chuvoso no Estado, que deverá ocorrer já em novembro, quando tende a piorar a duração e frequência de quedas do serviço de energia.

“Precisamos de fornecimento de energia de qualidade e acreditamos que a Equatorial está atenta para isto e faça investimentos nas linhas de transmissão e nas subestações de transmissão”, frisa.

No escuro

O presidente da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, disse que os empresários goianos receberam a notícia do reajuste das contas de energia como uma bomba. “A qualidade no fornecimento de energia é péssima. E agora ainda vem outro reajuste da tarifa num momento que as vendas do comércio estão em baixa. A situação só tende a piorar”, disse.

Ele sugere que a Equatorial antecipe os planos de investimentos no setor elétrico em Goiás para que as empresas também possam planejar seus negócios. “Estamos trabalhando no escuro”, destaca Fileti. Recentemente, a diretoria da Equatorial chegou a solicitar uma reunião com os associados da Acieg, porém cancelou. Agora, a diretoria aguarda um novo contato da concessionária de energia.

A contadora Leila Camargos, da HL Contabilidade, conta que, nos últimos 30 dias, chegou a ficar cerca de 20 horas, em dias alternados, sem energia. “Isto provocou um caos para nós e nossos clientes. Ficamos sem condições de trabalhar e ainda enfrentando altas temperaturas no escritório. Tivemos que dispensar os funcionários e atrasar os serviços dos clientes”, conta.

A reportagem do EMPREENDER EM GOIÁS (EG) entrou em contato com a Equatorial Goiás, mas não teve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço continua aberto.

Saiba mais: Lener Jayme: “Não faltarão recursos da Equatorial para Goiás”

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