Empresária goiana de Piracanjuba inova na produção de fraldas que podem ser reutilizáveis e geram maior conforto.
Uma goiana tem investido na sustentabilidade ao fabricar fraldas ecológicas. O produto é totalmente lavável, feito por um tecido especial que ajuda na absorção da urina. Desenvolvido pela empresária Paula Garcia Magalhães, é fabricado em Piracanjuba (GO) na sua empresa Amor & Co.
Apesar do trabalho ser bem interessante, a empresária afirma que a maioria das pessoas ainda desconhecem o produto. Feita por um tecido conhecido como PUL, a fralda ecológica tem uma camada de poliuretano, que realiza a impermeabilização e não retira a característica do tecido.
Entre os benefícios está o fato de ter um produto de maior durabilidade. Para se ter uma ideia, uma fralda descartável demora mais de 500 anos para se decompor na natureza. A fralda ecológica se ajusta ao corpo da criança devido aos botões laterais. Reutilizável, pode ser doada para outras pessoas.
“As fraldas descartáveis, em dias quentes, podem atingir até 50ºC no neném. A ecológica, não. Ela se ajusta na temperatura corporal. Os botões possibilitam que a criança utilize a mesma fralda desde o nascimento até o desfralde. Uma criança utiliza de 6 mil a 7 mil unidades de fraldas descartáveis no tempo de vida. Nós reduzimos esse número para 20 fraldas”, destaca.
Paula afirma que, com maior incentivo do poder público e conhecimento do produto, poderia aumentar a sua produção. Ela deu início à fabricação em 2019, quando engravidou do segundo filho. Ao realizar pesquisas, conheceu o modelo de fralda e viu a oportunidade de ganhar dinheiro.Durante três meses, ela realizou corte e costura até que surgiu o primeiro momento em que julgou pronto para o mercado.
Inicialmente, o sucesso foi imediato, chegando a estar presente em 24 estados brasileiros, contando com 30 revendedores, além de feiras e plataformas digitais.
No entanto, ela explica que se tornou insustentável competir com preços de importados, especialmente da China, que conseguem vender até 57% mais barato. Ela chegou a trabalhar com 600 metros de tecidos, tendo 13 funcionários, mais os maquinários necessários na fábrica. Hoje só produz sob demanda.
“Por ser sustentável, não é algo barato de se fazer e o nicho de clientes é bem pequeno, se levarmos em consideração a taxa de natalidade”, afirma. “Fui representante de vendas em farmácias e notei que muitos estabelecimentos não apresentavam os produtos aos clientes e diziam que a descartável era preferência deles. Mas como ela vai preferir A ou B se ela só conhece uma vertente?”, argumenta.
Paula destaca ainda que as pessoas não entendem que o excesso de fraldas descartáveis vai parar diretamente no lixo. “Você pega o lixo, coloca na porta da sua casa e ele magicamente desaparece e você não se preocupa com a destinação final. A pessoa não entende que menos de 5% dos municípios têm aterro sanitário”, afirma.
Que lindo em filha? Nossa!! Adorei essa reportagem!!