sábado, 27 de abril de 2024
Potencial da indústria de hidrogênio verde em Goiás

Potencial da indústria de hidrogênio verde em Goiás

Goiás tem um grande potencial de energia renovável, diz especialista. De várias fontes, hidroelétrica, solar, eólica, biomassa, entre outras.

7 de novembro de 2022

Para Mônica Saraiva, o grande potencial do hidrogênio verde em Goiás é, incialmente, na indústria de fertilizantes.

Goiás tem o maior polo da indústria de fertilizantes do Brasil. Certamente essa indústria deverá ser a primeira do País que utilizará o hidrogênio verde, o que trará autonomia na produção da chamada amônia. É mais limpa e barata do que a fóssil, produzida a partir de gás natural.

“Em vez de importar essa amônia que utiliza um hidrogênio cinza, produzido a partir do gás natural, pode-se produzir amônia verde. Para utilizar aqui e exportar para outros países, porque a demanda está cada vez maior. Não só para uso como fertilizante, mas também para outras aplicações da amônia”, defende Mônica Saraiva Panik. Ela é diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2), Mentora de Hidrogênio da SAE Brasil.

Para Mônica Saraiva, o grande potencial do hidrogênio verde em Goiás é, incialmente, na indústria de fertilizantes. “Ainda mais que é um setor que vem importando mais de 80% da amônia utilizada para a fabricação de fertilizantes nitrogenados, produzida a partir do gás natural”, pondera. Ela acrescenta que, depois da guerra da Ucrânia, o custo e a disponibilidade do gás natural foram altamente prejudicados. “Sobretudo porque falta amônia no mercado e a que existe está a um custo exorbitante”, relata.

Energia renovável

O Brasil – e Goiás também – tem um grande potencial de energia renovável. De várias fontes, hidroelétrica, solar, eólica, biomassa, enfatiza Mônica Saraiva. E Goiás tem duas dessas de forma abundante: a solar e resíduos de biomassa a partir do setor de agronegócio. “Esse resíduo e o sol podem ser usados para produzir o hidrogênio verde, ou de baixo carbono, e com esse hidrogênio pode-se produzir amônia”, frisa a especialista.

Com essa tendência de descarbonização, para atender aos objetivos do Acordo de Paris para evitar mudanças climáticas, os produtos verdes ganharam valor. Mônica Saraiva vê o Brasil como um dos países que podem produzir amônia verde muito mais competitiva do que de fósseis.

“Hoje o setor de fertilizantes de Goiás tem o maior problema com logística, de importar essa amônia e trazer para o centro do país. Temos de inverter esse processo. Em vez de importar, é produzir, utilizar localmente e exportar, atendendo outros mercados, gerando empregos no estado e no país”, propõe.

Congresso da Indústria

Mônica Saraiva falou ao EMPREENDER EM GOIÁS antes de sua palestra, nesta segunda-feira (7/11), no 1º Congresso da Indústria, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). “Vamos falar muito de inovação, de novidades que há no mundo. Como, por exemplo, a questão do hidrogênio verde. Porque vai mudar, nos próximos anos, a matriz dos combustíveis fósseis para os renováveis”, diz o presidente da Fieg, Sandro Mabel.

O Sistema Fieg/Senai já construiu a primeira planta de estudos de geração de hidrogênio verde de Furnas, em Itumbiara, projeto pioneiro da Região Centro-Oeste. Segundo Mabel, outra será implantada, estando em fase de pesquisa.

Leia também: Cinturão do Níquel pode mudar a economia goiana

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.