segunda-feira, 29 de abril de 2024
Melhores investimentos para o seu dinheiro em 2023

Melhores investimentos para o seu dinheiro em 2023

Juros altos pressionam investimentos em ações e favorecem aplicações em renda fixa. Confira dicas de especialistas.

2 de janeiro de 2023

Os investimentos em renda fixa têm sido os mais recomendados por analistas financeiros para 2023. Isto, principalmente, por conta dos juros altos no Brasil e nos países mais desenvolvidos. Além de perspectiva de menor crescimento econômico mundial para este ano.

“O ano promete não ser fácil para os investidores. Temos um novo governo que não está preocupado em economizar, mas sim em abrir as torneiras fiscais para fazer suas reformas. Temos também a China com novo surto da Covid-19. E ainda temos os Estados Unidos que não consegue sair da crise em que se encontra, tendo que subir os juros”, diz Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas.

“Acreditamos que o principal fator para renda variável em 2023 será a postura que o novo governo adotará em relação a sua política fiscal. Isto refletirá na ação do Banco Central em relação à Taxa Selic, que se encontra em 13,75% ao ano. Tal patamar de juros pressiona as empresas, desde um menor crescimento (ou mesmo retração) de suas receitas, até maiores gastos com dívidas, reduzindo seu valor”, afirma Arlindo Sousa, analista de ações da casa de análises do TC.

Segundo a EQI Asset, a Taxa Selic (juros básicos do Brasil) pode cair neste ano, mas de forma bem gradual. Dos atuais 13,75% ao ano para 11,5% no final de 2023. Já os juros nos EUA estão ainda em uma escala ascendente. O presidente do Fed (banco central dos EUA), Jerome Powell, já confirmou que os níveis restritivos dos juros continuarão até que a inflação passe a cair de forma sustentada.

Ativos de risco

Nesse cenário, os ativos de risco, como a bolsa e as criptomoedas são prejudicados. Com perspectiva de juros elevados durante boa parte de 2023, esse não deve ser o melhor ano para renda variável (Bolsa de Valores).
“Pois o investidor passa a ganhar mais dinheiro na renda fixa, sem correr risco de um cenário deteriorado da renda variável”, observa Valter Manfro, especialista em finanças da EQI Asset.

Outra coisa que afeta negativamente os ativos de risco é o fato de os juros maiores afetarem o poder de financiamento das empresas, que precisam desembolsar mais dinheiro para pegar crédito.

“Um governo que tende a ser mais ‘gastador’ e diante de um risco fiscal, a inflação para daqui a um ou dois anos, deve aumentar. Se a taxa de juros começar a cair, os pré-fixados são aqueles que irão se beneficiar disso tudo”, comenta o estrategista em renda fixa, Denys Wiese. “Não dá pra colocar tudo na mesma cesta. Isso porque, realmente, a gente não sabe o que virá pela frente. Sendo assim, o investidor também pode comprar pós-fixados para aproveitar os juros, que já estão bastante altos”, pondera.

Renda variável

Já para os investidores que aceitam tomar mais risco, a opção, é se expor em ativos que já tiveram queda expressiva. No entanto, o investidor que quiser antecipar um pouco a queda dos juros, pode escolher ativos que historicamente reagem mais rapidamente a essa variação. “Nesse caso, eu iria primeiro para os Fundos Imobiliários, que são mais sensíveis aos juros. Essa é uma classe que eu gosto e que está muito descontada”, diz Denys Wiese. “Para não errar em 2023, sempre indicamos a diversificação, conforme o perfil do investidor”, reforça.

Os especialistas da EQI Investimentos orientam que uma alocação da carteira para os investidores conservadores pode seguir 50% em pós-fixados, 25% em ativos atrelados à inflação e 25% em pré-fixados. Para quem tem perfil moderado, a alocação sugerida é seguir com 60% em renda fixa, sendo 20% em pós-fixados, 20% em IPCA+ e 20% em pré-fixados, 15% em fundos multimercados, 15% de exposição em ações e 10% em investimentos no exterior.

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Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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