Com posicionamento estratégico e interligado por ferrovias, rodovias e centros de distribuição, Anápolis deve atrair investimentos de empresas nacionais e multinacionais.
O município de Anápolis, a 40 quilômetros de Goiânia, deve se tornar o maior hub logístico do Centro-Oeste brasileiro. Com posicionamento estratégico no centro do País e interligado por ferrovias, rodovias e centros de distribuição, o segundo maior município goiano deve atrair investimentos de empresas nacionais e multinacionais. Entre elas, as de aviação.
A base aérea da cidade já recebeu quatro aviões Gripen da Força Aérea, com tecnologia sueco-brasileira. Outros cinco vão chegar, o que reforçará a necessidade de uma estrutura da Saab – fabricante dos caças – na região para a manutenção das aeronaves. A companhia já está em processo de instalação no local.
Diretor da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) e do Comitê da Indústria de Defesa (Comdefesa) da Fieg, Sóstenes Arruda vê grande viabilidade no processo. “Há um potencial interesse de empresas do setor aeronáutico”, afirmou ao EMPREENDER EM GOIÁS (EG).
Ele vislumbra um cenário ainda mais favorável quando o aeroporto de cargas de Anápolis entrar em funcionamento. “Não temos previsão exata de data, mas com os defeitos na pista corrigidos, esperamos que isso se consolide rapidamente”, adiantou. O município goiano também já conta com o Porto Seco Centro-Oeste, um dos maiores do País. E neste ano será inaugurado no DAIA o terceiro maior centro de distribuição dos Correios do País.
O governo de Goiás convalidou convênio com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e alterou o Código Tributário do Estado para oferecer vantagem fiscal às operações com veículos militares, de qualquer tipo, para uso das Forças Armadas. Fixou a alíquota do ICMS em 4%, contra a média de 18%. O benefício, desde 2018, aplica-se a viaturas, carros, simuladores, radares, centros de operações de artilharia antiaérea, entre outros.
Anápolis conta com a Ferrovia Norte-Sul, que vai do Porto de Itaqui, no Maranhão, a Santa Bárbara d’Oeste, integrando-se à malha ferroviária do Estado de São Paulo. É cortada também pela Ferrovia Centro-Atlântica, que integra Goiás a Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Sóstenes Arruda explica que as duas ferrovias têm diferentes tipologias de bitolas. “No País, só Anápolis tem esses dois ramais ferroviários”, frisa.
Ele acrescenta outras vantagens do município goiano para se consolidar como um importante hub logístico no Brasil. “Devido a toda essa estrutura logística, o custo de distribuição, partindo de Anápolis, é mais rápido e barato do que em qualquer lugar do País. Tudo isso impacta na produtividade, tanto do custo de produção, como de fábrica, distribuição, o que facilita a chegada de empreendimentos de grande porte”, explica Arruda.
O Daia possui hoje cerca de 200 indústrias e conta com uma plataforma multimodal. Ao todo, são 2 milhões de metros quadrados para indústria e logística. “Há de se considerar também a proximidade de cidades com distritos industriais fortes, como Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Bela Vista”, afirma Arruda. Ele frisa ainda que Anápolis tem potencial para receber eventos de grande porte, como congressos, seminários, feiras, reuniões setoriais, etc.
Secretário estadual da Indústria e Comércio, Joel Sant’Anna Braga Filho destaca que Anápolis já tem um cluster nacional: produção de fármacos e cosméticos. “Precisamos fortalece-lo, fazendo com que o polo fármaco de Anápolis, que já é o segundo do Brasil, possa se tornar o primeiro”, afirma.
Ele pontua que o governo de Goiás tem atuado fortemente, buscando não só no Brasil como no exterior, parcerias com novas empresas, laboratórios multinacionais. Adianta que há negociações com empresas dos Estados Unidos e da Europa para a aquisição de insumos que são consumidos pelos fármacos em Anápolis.
“Estamos trabalhando com 14 laboratórios italianos para parcerias com indústrias goianas ou até mesmo instalarem fábricas em Anápolis. Também trabalhamos para trazer uma grande empresa de insumos norte-americana, que já fornece embalagens para o mercado de fármaco em Anápolis. Mas, por questão de sigilo, não podemos ainda divulgar”, diz Joel Sant´Anna.
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